Independente do segmento de negócio, as Boas Práticas de Fabricação são usadas quando a empresa precisa inovar seu sistema de gestão. As regras propostas aqui possibilitam um ambiente de trabalho mais eficiente na produção das indústrias de alimentos

Por ser uma estratégia de negócio que traz resultados a longo prazo, abordaremos um manual neste artigo para implementar as BPF. Confira este conteúdo para sanar todas as suas dúvidas. Boa leitura!

O que é a BPF? 

Em suma, as Boas Práticas de Fabricação são consideradas um conjunto de normas que visam garantir um padrão mínimo de qualidade. Portanto, elas serão aplicadas durante todas as etapas da cadeia produtiva, incluindo o processo de armazenagem, transporte até a comercialização do produto final. 

Ela relaciona vários aspectos importante para uma indústria, como o desempenho dos equipamentos, produtividade e higiene pessoal dos profissionais.

Ao implementar boas práticas é necessário documentar de forma clara e objetiva todos os procedimentos operacionais que serão implementados, para serem adotadas por todos os colaboradores e responsáveis pelo chão de fábrica

Além disso, futuramente, quando for preciso analisar o que foi efetivo e o que não obteve resultado esperado, esse documento servirá como base para ampliar as estratégias. 

Vale ressaltar que boa parte desses processos possuem vigência internacional. Outras, no entanto, dependem das regras instituídas pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Por meio dela, os gestores garantem que a higiene e a segurança alimentar sejam cumpridos em todas as etapas da produção alimentícia, incluindo:

O grande desafio aqui é assegurar que os alimentos não sejam contaminados. E, assim, proteger a saúde dos seus consumidores.

Nesse caso, é essencial contar com uma lista de verificação, também conhecida como checklist, para garantir que nenhum detalhe passe despercebido. Para esse objetivo, destacam-se: 

  • áreas sem focos insalubres;
  • condições adequadas para o piso;
  • não permitir acúmulo de resíduos;
  • usar ralos e grades que mantêm insetos e roedores afastados;
  • o teto onde o produto é fabricado precisa ser liso, transparente, impermeável e fácil de limpar;
  • paredes livres de manchas, umidade, rachaduras e mofo;
  • portas fáceis de limpar;
  • instalações sanitárias compatíveis com o número de funcionários;
  • lavatórios com água corrente, sabonete líquido sem perfume e toalhas de papel;
  • iluminação natural ou artificial ideal conforme as necessidades da empresa;
  • sistema de abastecimento de água ligado à rede pública;
  • caixa de gordura em bom estado de conservação.

Assim, é possível conter a contaminação de alimentos, permitindo que ele chegue ao mercado com condições adequados ao consumo e sem riscos para a instituição.

Como criar um BPF na sua empresa

Até aqui vimos o que são as  BPF e a sua importância. Mas você sabe como colocar em prática? 

Não se preocupe, selecionamos 8 orientações para te ajudar a construir esse processo na sua indústria. São eles:

  1. estabeleça e descreva as melhores práticas
  2. processo de verificação
  3. esclareça as responsabilidades
  4. registre todas as suas ações
  5. use as instalações e equipamentos corretos
  6. realize a manutenção preventiva
  7. treine a equipe
  8. tenha um sistema de normas — a regra precisa estar clara. 

Boas Práticas de Fabricação: principais aspectos

Durante a etapa inicial de produção, as Boas Práticas servem para manter a segurança do trabalho e o controle de qualidade das matérias-primas. Em contrapartida, na etapa final, elas existem para ser um diferencial percebido sensorialmente pelos consumidores.

Confira a seguir como esses conceitos se relacionam e trabalham entre si.

Higiene Pessoal: devem ser obedecidos aos avisos afixados que indicam a obrigatoriedade da correta lavagem das mãos e sua frequência. Além disso, todos os colaboradores devem usar uniformes de cor clara e trocá-los diariamente, usarem sapatos fechados em bom estado de conservação e limpeza, meias e touca protetora. Durante a manipulação dos alimentos, é proibido o uso de adornos (anéis, alianças, colares, pulseiras, brincos) e objetos de uso pessoal. Também são proibidas as seguintes práticas: comer na área de processamento, mascar chicletes, fumar, tossir, carregar dinheiro, celulares e canetas no uniforme, ou outras não higiênicas.

Edifícios e Instalações: a indústria alimentícia deve estar localizada em área que não apresente riscos às condições gerais de higiene e sanidade, como contaminação ou infestação por pragas urbanas. 

Equipamentos e Utensílios: os equipamentos devem cumprir as normas de desenho sanitário (material inerte, não permitindo o acúmulo de sujeiras e apresentar superfícies lisas). Além de estarem em boas condições, aferidos, calibrados periodicamente e dotados de sistema de registros.

Limpeza e Sanitização: os procedimentos de limpeza da fábrica, dos equipamentos e utensílios precisam estabelecidos por meio procedimentos e regras da ANVISA. Cabe a empresa zelar e cuidar para que os trabalhadores consigam aplicar as regras propostas por ela. 

Armazenamento e Distribuição: na área de armazenamento e distribuição, as matérias-primas, as embalagem e os produtos finais devem ser armazenados em condições adequadas, de acordo com suas particularidade. Os produtos acabados, por exemplo, devem ser armazenados distantes da parede, 45 cm de distância, com teto e piso impermeáveis e paredes pintadas com cor clara. 

Controle de Pragas e Vetores: para o controle de pragas, devem ser impedidos a atração, o abrigo, o acesso e a proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade sanitária dos alimentos. O monitoramento, inspeções internas e externas com registros e relatórios, são ações preventivas e corretivas que impedem que elas causem problemas significativos. 

Garantia da Qualidade: as ações para garantir a qualidade exigem o comprometimento de todo o pessoal envolvido direta e indiretamente no processo produtivo. Aqui, os lotes dos produtos devem ser identificados conforme as condições apresentadas, ou seja, em análise, aprovado ou rejeitado.

Treinamentos: treinar e capacitar os profissionais que trabalham no preparo de alimentos (manipulação e processamento), por meio de mecanismos que possibilitem a transmissão dos conceitos importantes sobre as técnicas operacionais e de informações sobre o controle higiênico-sanitário, aumenta a qualidade dos processos produtivos. Aqui, é importante ressaltar que esses treinamentos precisam ser revisados, reforçados e atualizados, sempre que for necessário. 

Essas são os aspectos gerais que as Boas práticas de Fabricação consideram na hora de melhora a gestão de empresas do ramo alimentício. 

Se você conseguiu identificar algum ponto de melhoria para seu negócio já atingimos nosso objetivo. Para implementar um padrão de qualidade, separamos um artigo complementar sobre Sistema de Gestão da Qualidade que pode te ajudar. Leia este conteúdo!

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Até a próxima!