A indústria de alimentos tem uma grande representatividade dentro da economia Brasileira. Ela representa 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ocupando o segundo lugar no ranking de exportação de alimentos industrializados. 

Esses números mostram como o aumento da produtividade desse setor é importante para a produtividade interna do país. Vale ressaltar que isso tem ligação direta com a capacidade que essas empresas possuem para  investir e modernizar os processos de fabricação.

Seja por falta de tecnologia, capacidade de controlar o estoque, sazonalidade ou nível competitivo, os desafios encontrados por esse setor interferem na balança comercial e diminui o bem-estar geral da população. 

Essas empresas são responsáveis por um produto chave para a sobrevivência, onde os benefícios perpassam os ganhos lucrativos. Por isso, conhecer as barreiras é o primeiro passo para otimização desse setor e, consequentemente, dos muitos beneficiados com a qualidade dessa produção.

A partir dessas ideias, elaboramos um conteúdo para tratar deste assunto. Nesse caso, queremos que você conheça os obstáculos mais relevantes para que sua empresa construa as melhores estratégias de gestão.

Continue com a gente nesta leitura e conheça os principais desafios para a indústria de alimentos no Brasil.                                                                                                                                                      

1) Como a sazonalidade afeta a produção 

O tema sazonalidade é amplamente discutido dentro do mercado alimentício. Independente se o produto é industrializado ou não, a sazonalidade afeta as demandas, os preços e até a quantidade disponível em estoque.

Durante o período de safra, por exemplo, a oferta de produtos para matéria-prima é abundante e os preços baixos, ocorrendo o contrário na entressafra, com oferta restrita e preços elevados. Esse fenômeno também afeta o varejo de alimentos, portanto, é bem conhecido pelas "donas-de-casa''.

Embora esse problema seja inevitável e, muitas  vezes, dependente de fatores externos como clima e tecnologia, não é difícil planejar ações que minimizem seus efeitos. Nesse caso, o controle de estoque mínimo e eficiente, ajuda a evitar que a produção interna dessas empresas ou comércio dos produtos entre em colapso.

Vale ressaltar que, em alguns casos, as mercadorias não poderão ser armazenadas por um longo período e que caberá aos gestores encontrar novas soluções para esse problema, como substituir o produto por outro similar ou direcionar as atividades operacionais para produção de outros itens. 

Para resolver esse problema, é fundamental conseguir prever as demandas internas e direcionar o nível adequado da produção para cada período ao longo do ano. No verão, por exemplo, a produção de refrigerante aumenta, mas no inverno diminui.

Nesse caso, muitas decisões serão tomadas a partir dessas estimativas, como: programação da produção, compra de matéria-prima, despesas de propaganda, gastos com vendas e investimento em máquinas e equipamentos, o que determina que deva ser feita com a maior exatidão possível.

2) Exigências Sanitárias: ANVISA

Em uma indústria de alimentos, a segurança dos profissionais envolvidos nos processos de produção, espaço físico para manipulação dos itens, condições de armazenamento e higiene são aspectos primordiais para dar continuidade ao trabalho. 

Nesse caso, tudo precisa estar de acordo com as medidas estabelecidas pela Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANVISA), órgão responsável pela fiscalização.

Conforme as normas pré-estabelecidas, as empresas precisam observar prazos de validade para alimentos cozidos e resfriados. Além disso, é importante controlar o acondicionamento desses alimentos, mantendo-os sempre na temperatura ideal. 

Essas são duas das principais exigências do protocolo de conservação. Por isso, é essencial classificar os lotes para facilitar o controle caso haja algum problema.

A rotulagem dos itens demanda tempo e organização, pois nela será discriminado informações básicas de contato dos responsáveis, validade e lote do produto, tabela nutricional e lista de ingredientes em ordem de maior concentração, sendo necessário também apontar se esse produto é alergênico ou não.

A higiene é outra área que requer grande atenção da indústria. Para isso, é regra construir o galpão sem materiais tóxicos aos alimentos, a descida do piso até o ralo deve ser eficiente e o material de cobertura deve ser impermeável e livre de sulcos.

Outra grande preocupação é o controle de insetos, pragas e roedores, que exige a desinfecção rotineira dos espaços onde ocorre a produção e manipulação de alimentos.

No entanto, mesmo com tantos critérios observacionais, é inevitável uma pequena contaminação por detritos animais que não sejam prejudiciais à saúde humana.

Como resultado, a ANVISA criou em 2014 a RDC-14, um conjunto de leis especificando limites aceitáveis ​​para “objetos estranhos” em ingredientes alimentícios.

Segundo a ANVISA, por exemplo, pode haver até 60 fragmentos de insetos por 25 gramas de café.

3) Armazenamento de produtos

A armazenagem de alimentos requer muita atenção, pois nessa etapa os produtos são manuseados e as chances de ocorrer algum dano às embalagens são maiores. Portanto, além de controlar os estoques, é importante entender qual a melhor forma de armazenar e transportar os seus produtos. 

Vale ressaltar que o processo de armazenamento é um dos grandes desafios da indústria alimentícia, uma vez que ela lida com mercadorias perecíveis, que exigem condições ambientais específicas para se manter dentro dos padrões de qualidade e de consumo.

Para resolver esse problema, as instalações físicas do armazém devem ser muito limpas, ter a temperatura controlada e entender muito bem quais são as condições de armazenamento exigidas por tipo de produto.

Nesse caso, as empresas podem criar setores diferentes, tanto na loja quanto no estoque, para atender as particularidades de cada produto.

Nesta etapa, é essencial ter os equipamentos certos e funcionais para movimentar os alimentos, incluindo operações de carga e descarga. Dessa forma, tanto os operadores quanto os materiais manipulados terão mais segurança.

Considerações  Finais

Existem muitos padrões e requisitos específicos da indústria de alimentos. A legislação sobre este tipo de negócio é muito rigorosa, assim como o controle do cumprimento destas regras.

Quando você não entende todas essas leis e regulamentações, corre o risco de prejudicar a saúde de quem consome seu produto. E, diante das fiscalizações, sua empresa pode ser atingida com pesadas multas, o que compromete a saúde financeira e o futuro do seu negócio.

Portanto, é essencial estudar profundamente sobre esse assunto, além de criar rotinas, emitir relatórios e verificar se todos os colaboradores e pré-requisitos estão conforme as exigências legais.

Aqui, você conheceu alguns dos mais relevantes obstáculos para as empresas do setor alimentício. Assim, será mais fácil avaliar como eles afetam o seu negócio e desenvolver uma estratégia para aumentar o seu nível competitivo e se destacar da concorrência.

Em um mercado altamente saturado, os negócios capazes de identificar e superar ameaças e adversidades são aqueles que saem na frente.

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Esperamos ter ajudado. Até a próxima!