Você está planejando abrir um negócio e já calculou o investimento inicial.

Isso é ótimo, mas muitos empreendedores de primeira viagem se esquecem de outro componente financeiro essencial de um negócio, o capital de giro, principalmente no começo quando a empresa ainda não consegue se sustentar sozinha.

O capital de giro está diretamente relacionado ao fluxo de caixa e ao sucesso financeiro do seu negócio, e um planejamento detalhado deve ser realizado, especialmente em negócios em que a diferença de prazo entre os recebimentos e pagamentos é alta.

É comum prever o pagamento das obrigações com fornecedores com o dinheiro recebido dos clientes. Mas e quando as contas com a pagar vencem antes das contas a receber?

Independente se você está pensando em abrir uma empresa ou mesmo se já possui uma, é impossível falar do sucesso da sua companhia sem mencionar o fato de esta possuir em sua estrutura um capital de giro equilibrado.

Ainda assim, seja por falta de planejamento ou por mero desconhecimento das questões burocráticas do estabelecimento, este fator é muitas vezes deixado de lado pelo recém empresário, o que prejudica bastante as demandas financeiras do empreendimento.

Afinal, não é necessário conhecer apenas o mercado de atuação da instituição, o tipo de cliente atingido e a concorrência que seu negócio vai enfrentar, pois apesar de essencialmente necessárias, essas questões precisam levar em conta outro importante quesito: o capital financeiro da organização.

Assim, caso a empresa tenha um plano de negócio que não considere a existência de um capital de giro adequado, essa instituição corre o risco de começar suas atividades com muito mais dificuldades.

Do mesmo modo, caso a companhia já esteja funcionando, é bem capaz de ela passar por maus bocados no setor financeiro.

Pensando em tudo isso, preparamos este guia que vai te deixar por dentro dos principais pontos acerca do capital de giro. Aproveite o conteúdo!


1. O que podemos entender por capital de giro?

O capital de giro - também chamado de capital circulante ou capital de trabalho - significa o valor que a empresa tem em conta para pagar pelas despesas fixas e eventuais por um determinado tempo, enquanto não entram receitas.

Dessa forma, caso não entre nenhum valor no caixa por um período X, a instituição pode, com esse capital, pagar seus gastos essenciais, como: contas de água e energia, aluguéis, internet, custos com estoque e pagamento dos salários.

Lembrando que, quando falamos em valor em caixa, estamos nos referindo também ao quantitativo guardado nos bancos, assim como valores investidos com alta liquidez, ou seja, que podem ser rapidamente sacados, caso necessário. 

2. Por que esse recurso é importante para as empresas?

Além de proteger as instituições de entrar em dívidas, o capital de giro funciona como uma ferramenta de socorro quando as vendas de produtos e/ou serviços não saem conforme o previsto.

Portanto, é esse montante que vai assegurar o funcionamento da empresa em momentos de crise, o que faz com que a mesma evite a demissão de colaboradores, ou, em último caso, tenha que fechar as portas.

É isso que apontam os últimos dados do SEBRAE, em uma de suas últimas pesquisas sobre as razões de fechamento da baixa de CNPJ (Causa Mortis).

O relatório apontou que 39% dos empreendedores não tinham noção de quanto deveria ser o capital de giro para abrir os seus estabelecimentos, ao passo que, para estes empreendedores, a principal causa de fracasso era justamente a falta de lucro.

Tendo esses dois dados em vista, é notório que há um despreparo dos pequenos empresários, tanto na abertura da instituição (elaboração de um plano de negócio eficiente) quanto na administração financeira, os quais juntos levam a baixa do CNPJ no primeiro ano de atividades.

3. Qual o tipo de empresa deve ter um capital de giro?

Independente do tamanho do negócio, toda e qualquer empresa precisa ter um capital de giro para garantir o pleno funcionamento das suas atividades, principalmente em momento de recessão no mercado ou em demais crises econômicas.

Logo, mesmo que a organização esteja indo muito bem, é importante não contar com a sorte sempre, uma vez que a organização pode enfrentar alguma baixa em um futuro breve, o que demandará de recursos para cobrir essa fase de baixa. 

Exemplo disso é a atual pandemia de Coronavírus (COVID-19), a qual gerou enormes perdas em todos os tipos de mercados e empresas. 

Embora em algumas companhias o estrago tenha sido menor, é inegável dizer que sem um capital de giro suficiente, nenhuma dessas instituições teriam conseguido se reerguer.

4. Como eu posso calcular o capital de giro adequado para a minha empresa?

Geralmente os pequenos empresários acham que o cálculo do capital de giro líquido (as despesas que podem ser movimentadas em um curto período) é uma conta difícil de fazer, porém isso é um engano. 

Para calcular o valor necessário de receita para manter sua empresa na ativa, considere o seguinte:

Capital de giro líquido (CGL) = Ativo Circulante (AC) - Passivo Circulante (PC).

Tome nota de todos os valores que vão entrar no caixa nos próximos doze meses, pois esse é o Ativo Circulante. Da mesma forma, tenha a mão tudo o que a empresa vai gastar no mesmo espaço de tempo, porque esse é o Passivo Circulante.

Para ficar ainda mais fácil, aí vai um exemplo de uma empresa com um faturamento mediano. 

Somando todos os seus valores em caixa, no banco, investimentos e nos rendimentos que vão ser recebidos dos clientes, isso tudo deu um total de R$ 70 mil (AC).

Agora quanto às saídas, o total deu em torno de R$ 30 mil (PC), ou seja, esse é o quantitativo que será usado para pagar as contas, mantimento de estoque, salários etc.

Então, o seu capital de giro líquido dessa empresa é:

Capital de giro líquido (CGL) = 70 (AC) - 30 (PC) = 40

Nesse caso acima, o capital de giro líquido seria de R$ 40 mil.

5. Quanto é preciso juntar para ter um capital de giro suficiente?

Apesar de não ter um valor certo do capital de giro, é fundamental que a empresa tenha uma reserva capaz de atender a demanda dos próximos 06 meses.

Assim, tomando o exemplo anterior, bastaria multiplicar o passivo circulante (PC) por 6. Veja:

R$ 30 mil x 6 = R$ 180 mil  

Então, esse seria o montante necessário para que o gestor conseguisse manter seu negócio na ativa, mesmo que não entrasse receitas nos próximos 06 meses.

6. O capital de giro da minha empresa está no vermelho. Como organizar as finanças e adquirir o valor necessário?

Para reequilibrar as contas e manter o dinheiro circulando, a instituição precisa se atentar às seguintes ações:

  • Organização das finanças: verifique em que a empresa está perdendo dinheiro;
  • Eliminação de gastos desnecessários: descubra o que pode ser reduzido ou cortado em relação aos gastos mensais, para que assim, você consiga juntar um percentual para compor o capital de giro;
  • Negociação com os fornecedores: procure fornecedores mais flexíveis quanto ao pagamento e as formas de descontos; 
  • Negociação com os clientes: Da mesma forma, veja formas de parcelamentos para seus consumidores inadimplentes, uma vez que esses débitos prejudicam negativamente o lucro do empreendimento;
  • Fazer um empréstimo (em último caso): se você tiver dívidas a serem pagas imediatamente, talvez requerer um empréstimo seja uma opção para não fechar o negócio. Porém, tenha cuidado para não fazer dessa prática algo constante.

Conclusão

Realmente equilibrar as contas de um negócio não é algo tão simples, ainda mais se o gestor não tem tanta facilidade com sistemas complicados e difíceis de acessar.

Por outro lado, é vital que o empreendedor tenha um conhecimento básico sobre a importância da gestão financeira, tanto para a empresa manter-se de pé, assim como para aumentar o faturamento.

A boa notícia é que atualmente já existem softwares de fácil uso, como é o caso da Sensio, um sistema de ERP onde o empresário tem acesso rápido a relatórios sobre as receitas, impostos e vendas realizadas.

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