Imagine uma organização que consegue produzir mais produtos ou serviços com menos recursos, ao mesmo tempo, em que atende ou excede as expectativas dos clientes.

Essa é a promessa da integração da TOC e do Seis Sigma, duas metodologias de melhoria de processos que podem auxiliar as organizações a alcançar resultados excepcionais.

Neste artigo, exploraremos como essas duas abordagens podem ser combinadas para criar uma estratégia poderosa para impulsionar o desempenho organizacional.

Como alcançar a excelência

O Seis Sigma é uma metodologia de melhoria de processos que tem como foco a excelência na qualidade. 

Originada na Motorola nos anos 80 e posteriormente popularizada pela General Electric, essa abordagem se baseia em dados e estatísticas para identificar e eliminar defeitos, reduzir a variabilidade e melhorar o desempenho dos processos. 

Para compreendê-lo, é fundamental entender a ideia por trás do termo "Sigma". Sigma é uma medida estatística que representa o desvio padrão, que, por sua vez, é uma medida da variação em um processo, que define a qualidade de um processo em termos de desvios. 

Ela não apenas se concentra em reduzir defeitos, mas também em eliminar as causas raízes dos problemas que levam a esses defeitos, resultando em processos mais eficientes e eficazes. 

Além disso, é uma abordagem baseada no cliente, reconhecendo que defeitos diminuem a satisfação dos clientes e aumentam os custos operacionais. Portanto, fornece produtos e serviços que atendam às especificações do público-alvo, melhorando a qualidade e a competitividade da organização.

Em suma, sendo aplicável a uma ampla gama de setores e processos, ela envolve:

  • Uma base estatística de medição;
  • Uma metodologia para reduzir a variação nos processos;
  • Uma filosofia de gerenciamento com foco em melhorar a qualidade, eliminar defeitos e aumentar a satisfação do cliente.

Níveis de Sigma

Os níveis de Sigma, representados pela letra grega sigma (σ), desempenham um papel fundamental na avaliação da qualidade e eficiência dos processos de negócios. 

Eles indicam a frequência com que uma operação pode resultar em recursos adicionais sendo utilizados além do necessário para satisfazer um cliente, refletindo, assim, o potencial de desperdício. 

Esses níveis são classificados de 1-Sigma a 6-Sigma, cada um representando uma taxa de sucesso diferente. O 1-Sigma, por exemplo, indica uma taxa de sucesso de apenas 30,85%, o que é considerado muito baixo para a indústria. 

O mínimo desejável geralmente começa a partir do nível 3-Sigma, com uma taxa de sucesso de 93,32%. No entanto, setores de alto risco, como aviação e medicina, buscam níveis mais altos, como 5-Sigma, com uma taxa de sucesso de 99,977%, ou até mesmo o 6-Sigma, com uma taxa impressionante de 99,99966%. 

À medida que os processos são otimizados, torna-se cada vez mais desafiador reduzir os riscos de falhas, e pequenos ajustes operacionais são essenciais para se aproximar do nível 6-Sigma, especialmente em setores críticos onde a falha pode ter sérias consequências.

Compreendendo a TOC e o Seis Sigma

Antes de explorarmos a integração destas abordagens, é fundamental fazer uma breve revisão do que cada uma delas representa:

Teoria das restrições (TOC): a TOC se concentra na identificação e eliminação de restrições, também conhecidas como gargalos, nos processos organizacionais. Seu objetivo é maximizar o fluxo de trabalho e otimizar o desempenho global, assegurando que a organização alcance seus objetivos estratégicos.

Seis Sigma: o Seis Sigma é uma metodologia estruturada para aprimorar a qualidade dos processos, reduzir defeitos e minimizar a variabilidade. Baseando-se em uma abordagem orientada por dados, ele recorre a ferramentas estatísticas para identificar e solucionar eficazmente problemas.

Por onde começar

A implementação bem-sucedida da TOC e do Seis Sigma é uma questão de compreender como essas duas metodologias se complementam de forma sinérgica:

  1. Identificação estratégica de projetos: a TOC desempenha um papel crucial ao identificar os pontos de estrangulamento que limitam o desempenho organizacional. Posteriormente, o Seis Sigma entra em cena, aplicando suas ferramentas precisamente para aprimorar a qualidade e a eficiência nesses pontos críticos.
  1. Priorização de projetos: a TOC oferece uma estrutura para priorizar projetos com base em sua contribuição para os objetivos estratégicos da empresa. Isso assegura que os recursos valiosos do Seis Sigma sejam direcionados de maneira eficiente para as áreas mais cruciais, maximizando o impacto.
  1. Otimização do fluxo: enquanto a TOC se concentra em otimizar o fluxo de trabalho, eliminando gargalos e garantindo um fluxo suave, o Seis Sigma entra em ação para reduzir defeitos e elevar a qualidade dos processos. Juntos, esses métodos garantem que o fluxo de trabalho seja eficiente e livre de erros, resultando em um desempenho organizacional superior.

Essa sinergia não só elimina gargalos e defeitos, mas também fortalece a capacidade das empresas de se adaptarem e prosperarem em um ambiente de negócios dinâmico e competitivo.

Estudos de caso em multinacionais

O artigo "Contribuições do Seis Sigma: estudos de caso em multinacionais" apresenta uma análise detalhada de como a metodologia Seis Sigma foi implementada com sucesso em duas multinacionais, a TTFix e a Fastcard (nomes fictícios). 

Os resultados dessas implementações demonstram que o Seis Sigma pode gerar melhorias significativas em várias áreas de uma organização.

Em ambas as empresas, a definição clara dos objetivos estratégicos do negócio desempenhou um papel fundamental no sucesso dessa metodologia. O comprometimento dos gestores com a filosofia Seis Sigma e a formação de equipes de especialistas qualificados também foram fatores essenciais. 

Ao longo de cinco anos, essas empresas conseguiram melhorar significativamente a qualidade de seus serviços, reduzir falhas operacionais, aumentar a satisfação dos funcionários e oferecer produtos e serviços de maior qualidade aos clientes.

Um ponto importante destacado no artigo é a importância do alinhamento na seleção de projetos. Etapas que tinham maior impacto nos objetivos da empresa eram priorizados. 

Além disso, a análise dos resultados mostrou que a abordagem, que considera o impacto no cliente e o uso de indicadores de desempenho, foi fundamental para o sucesso.

Vale ressaltar que a implementação desse processo também envolveu investimentos significativos em treinamento, infraestrutura tecnológica e sistemas de controle. 

Em termos de abordagem metodológica, o artigo destaca a importância de combinar os princípios do Seis Sigma com os da manufatura enxuta, o que pode reduzir o tempo de implementação dos projetos.

Conclusão

A integração da teoria das restrições e do Seis Sigma é uma estratégia eficaz que pode auxiliar as empresas a melhorar seu desempenho organizacional significativamente. 

Se você está procurando uma maneira de melhorar a eficiência, a qualidade e a satisfação do cliente da sua empresa, essa integração é uma opção que vale a pena considerar.

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