Buscar conhecimento e trazer mais competitividade para sua empresa são duas das premissas mais importantes para gerir um negócio. Em uma fábrica de móveis é preciso acelerar a transformação para aumentar a produtividade e aquecer o setor comercial. 

Os polos moveleiros sofrem com as oscilações do mercado por se tratar de um produto que não possui urgência para os seus consumidores. No entanto, a pandemia mostrou que esse e outros desafios podem ser superados.

Após passarmos pela Convid-19, foi preciso cativar o público constantemente, e os fatores “prazo x qualidade x demanda” atrapalharam as negociações entre varejistas, indústrias e consumidores finais, tornando-se pautas necessárias e objetivas para os gestores. 

Há também uma tendência preocupante no mercado: a falta de insumos, como de mão de obra qualificada, fornecimento de suprimentos, painéis de MDP e MDF (revestidos e crus), recursos que lideram a lista de espera dos fabricantes e que precisão ser debatidos internamente.

Por isso, é importante criar um cenário perfeito, inteligente e estratégico para implementar modelos de negócios que permitam o crescimento saudável e cíclico dessas empresas. 

Neste artigo, apresentaremos as principais características do setor moveleiro e como você pode gerir melhor esse tipo de empresa. Confira tudo sobre o assunto!

Cenário de fabricação de Móveis no Brasil

A ABIMÓVEL, Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, divulgou no incio do ano os dados operacionais para o setor em 2021. As informações foram levantadas pela IEMI e fazem parte do seu relatório conjuntural.

Segundo os resultados, o volume produzido em 2021 ficou próximo ao ano de 2020 com 421,2 milhões de peças, e representando um fechamento com queda de 2,4% de peças e 6,4% de receita, respectivamente.

Para além do resultado positivo, houve recuo de 4,8% no consumo interno de móveis em relação ao número de peças produzidas, isto é, as empresas fabricaram e venderam menos que esperado, mas faturaram com o reajuste inflacionário mais do que crescimento, e contando com o apoio do crescimento das exportações.

O que devo considerar nessa analise?

Bom, em tudo na vida há sempre um ou outro exemplo que devemos seguir. Em momentos de crise consideramos que existem cidades que se destacam dentro desse mercado, como Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. 

As moveleiras dessa região trabalharam ações para impulsionar ou precaver situações de alta, ou baixa produtividade. Por isso, antes de analisar o desempenho geral, é importante entender e mapear os detalhes que interferem diretamente no montante final.

Nesse sentido, olha como podemos analisar os resultados para esse setor em 2020:

“Sabemos que o número de pessoas trabalhando remotamente impulsionou o setor moveleiro ao considerarmos que o tempo que as pessoas passaram em casa deram margem para a necessidade de novas mobílias e reforma de cômodos, tanto para estudo e trabalho, quanto lazer.”

Os resultados, apesar de modestos, trouxeram otimismo e folego ao setor, que emergiu e trabalhou de forma eficiente a partir do segundo semestre de 2021, quando muitas empresas migraram totalmente para o home office, alavancando a procura por móveis no varejo.

Conforme a ABIMÓVEL, houve um avanço de 2,71% no volume de peças produzidas em relação a 2021. Ao todo, estima-se que foram fabricadas 443,23 milhões de peças em 2021. 

Em receita, o aumento foi de 9,28%, com um total de R$ 78 milhões, que infelizmente não ultrapassaram aos do ano passado e nem aos dos anos anteriores, no período de 2016 a 2020 (pré-pandemia).

Fabricação de móveis

Com o passar dos anos, o setor moveleiro passou de produção sob encomenda para produção intensiva, utilizando mais tecnologias com processos industrias robustos.

Hoje, notamos que o crescimento do modelo em série é mais acentuado, apesar do móvel fabricado artesanalmente, em marcenarias, ainda ser valorizado pelos consumidores. Com isso, as empresas precisam entender qual publico é mais adequado aos seus objetivos. 

Por um lado a produção sob encomenda é feita exclusivamente para o cliente, sua fabricação corresponde as preferências e design escolhido por ele, criando móveis específicos para seu ambiente.

Por outro, temos a fabricação em série, onde todos os processos serão baseados em uma linha de montagem, com móveis produzidos em escala padrão. Nesse caso, o rendimento para empresa será maior, eliminando uma série de custos variáveis e tornando o preço mais competitivo. 

Quais tipos de fábricas existem?

A indústria moveleira pode ser segmentada por diferentes critérios: 

  • matérias utilizados no processo produtivo; 
  • finalidade do produto; 
  • forma organizacional utilizada no processo produtivo; 
  • design utilizado. 

Quanto ao tipo de matéria-prima utilizada, destacam-se: 

  • móveis de madeira, que podem ser subdivididos em madeira maciça (nativa ou reflorestada) e painéis de madeira reconstituída; 
  • móveis de metal; 
  • móveis de plástico;  
  • móveis estofados. 

Posto isso, a combinação dos segmentos da indústria moveleira surgem dos diferentes critérios acima apresentados. Os móveis retilíneos seriados, por exemplo, engloba os produtos de linhas retas, que utilizam predominantemente madeira reconstituída, e produzidas em grande escala. Os modelos que se destacam são: os armários, as estantes e os móveis de cozinha. 

A dificuldade em classificar esse setor impede a estruturação de um padrão competitivo. Afinal, cada segmento apresentará características distintas em relação ao modelo de produção, ao preço e a importância dada ao design. Como resultado, temos a coexistência de empresas heterogêneas participantes de um mesmo mercado.

Como controlar a produção da sua indústria moveleira

Agora que entendemos o contexto que circula essas industrias, podemos seguir com as melhores práticas para esse mercado. 

A melhor maneira de gerir a cadeia produtiva dessas empresas, é fazer o controle, o planejamento e a direção de suprimentos das matérias-primas e atividades relacionadas ao chão de fábrica. Por isso, é fundamental contar com o apoio de um sistema de informações que administre a produção de bens ou serviços e o tempo necessário para sua execução.

Vale ressaltar que o controle e o planejamento aqui serão flexíveis, assim, a variedade no processo (emprego de soluções tecnológicas), também fará com que etapas produtivas variem conforme as características de cada material utilizados em diferentes regiões produtoras — regiões mais industrializadas e as menos favorecidas. 

A seguir, preparamos 7 dicas que podem te ajudar nesse processo. São eles:

1. Prever as expectativas do mercado

Se basear nas tendências de mercado, dados históricos e previsões de demandas é uma forma de trazer mais credibilidade para o planejamento. Ao estimar um potencial de vendas, o nível operacional da sua indústria funcionará de forma e efetiva, trazendo bons resultados.

Ao prever uma crise financeira, por exemplo, os gestores podem diminuir o tamanho, reorganizando sua produção. 

2. Realizar o inventário

Construir um inventário não é uma tarefa fácil, visto que as informações presentes nesse documento precisam concordar com a real situação da empresa. Esse processo demandará um tempo significativo de trabalho dos colaboradores. 

Nesse caso, faz sentindo, investir em um sistema que ajude a gerenciar o estoque e as vendas. Assim, é possível assegurar que as demandas serão atendidas sem grandes custos de armazenamento para a organização, além e garantir que não haja perdas relevantes.

3. Avaliar a necessidade de equipamentos e recursos humanos

Durante o período de construção do planejamento, os responsáveis devem analisar a necessidade de investir, ou não, em equipamentos e recursos humanos.

Isso é o que assegurará que o tempo decorrido entre os pedidos flua na linha de produção eficientemente, fazendo com que os atrasos sejam evitados.

É importante entender que esse processo maximiza a capacidade operacional das empresas sem cometer excessos. Logo, também recomendamos deixar um espaço disponível para as demandas inesperadas e desafios que podem surgir a qualquer momento.

4. Otimizar as etapas e o tempo de produção

O mapeamento de processos é uma ação empresarial que promove a análise e a delimitação das principais etapas produtivas para fabricação de X produtos. Em suma, ele prever o tempo médio para que esse serviço seja finalizado.

Após executar essa prática, os gestores entenderão quanto tempo levará para completar o processo. A partir disso, deve-se identificar oportunidades que possam ser padronizadas, a fim de reduzir o período de execução.

Aqui, é importante documentar tudo o que será feito para que no futuro essas ações sejam reavaliadas e possam estabelecer uma rotina para agilizar o processo. É aconselhável identificar e ajustar todas as necessidades por meio de princípios da eficiência operacional e produção otimizada, como o Lean Manufacturing e o método 5s.

5. Entender os fatores de risco e os desafios que serão enfrentados

Entender os fatores de riscos e os desafios por meio da coleto de dados históricos da empresa, resultará em uma descrição detalhada dos materiais e do tempo necessário, bem como dos defeitos encontrados ao longo do processo.

Se houver  um risco significativo, os gestores podem utilizar o método de Análise de Modo e Efeitos de Falha (FMEA) para traçar melhores estrategias operacionais. Isso garantirá que os erros sejam minimizados ou eliminados, além de encontrar maneiras de reduzir possíveis problemas durante a operação.

6. Manter um bom relacionamento com seu cliente​

Para fábricas de móveis que operam sua linha de produção sob encomenda, é importante construir uma relação positiva com os consumidores, oferecendo um contato direto durante o processo de produção.

Para evitar muitos telefonemas e e-mails, por exemplo, essas empresas podem adotar sistemas que permitem o controle da produção online. Assim, é possível permitir que os clientes façam consultas na web para verificar o andamento de um pedido. Isso fortalece a relação de transparência e potencializa o sucesso da fábrica.

7. Utilizar um software ERP

O Enterprise Resource Planning, também conhecido como ERP, é uma ferramenta que auxilia no controle e planejamento da produção. Por meio dele é possível prever  vendas e demandas, planejar a capacidade de produção, fazer o planejamento agregado, etc.

Os benefícios desse sistema descobrem como, o que, quanto, onde e com o que as empresas podem operar para melhorar sua cadeia produtiva, permitindo um melhor aproveitamento dos projetos. Isso acontece, pois, ERP possibilita criar um plano de fabricação, além de acessar as informações a qualquer momento. 

Por fim, o software ERP auxilia no controle, proporcionando agilidade na adequação, fiscalização de projetos e processos produtivos, além do levantamento de registros sobre o tipo de corte dado ao material, controle e aproveitamento de sobras, matérias-primas, acessórios e informações sobre os clientes, visualizando a movimentação de máquinas e etapas produtivas. 

Com essas dicas, mostramos que a administração de uma fábrica de móveis é flexível, dinâmica e está em constante transformação. Daí, adotar boas práticas é uma forma de garantir que esse tipo de negócio potencialize seus resultados e a própria produção.

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